Tempo de Juventude, Verdade e Renovação
- Lucas Melara
- 6 de abr. de 2021
- 3 min de leitura

No dia 30 de março, comemora-se o Dia Internacional da Juventude, conforme instituído pelo Papa João Paulo II em 1985 (a ONU, em 1999, instituiu a celebração no dia 12 de Agosto, vai entender...). Logo no dia seguinte, em 1º de abril, brincamos com o Dia da Mentira, que teve origem na França do século XVI e também existe em muitos outros países. E, neste ano, a festa da Páscoa, criada em 325 d.C., no Concílio de Niceia (atual Iznik, Turquia) será comemorada pelos católicos no domingo, dia 05 de abril.
É curioso constatar que, no Brasil, jovem é quem está entre 15 e 29 anos; que, para muitos, a mentira se classifica em “social”, “necessária” e até “caridosa”; e que o sentido religioso de renascimento que os católicos quiseram conferir à Páscoa vem cada vez mais perdendo terreno para as estripulias do coelhinho que vai deixando ovos de chocolate pelo caminho, para alegria das crianças (de todas as idades, de 1 a 100 anos).
A par dessas informações históricas e culturais, quero aqui convidar você para algumas reflexões acerca da Juventude, da Verdade e da Renovação.
Então, vamos lá: será mesmo que ser jovem é ter idade entre 15 e 29 anos? Penso que não, porque juventude é um estado de ânimo em que tudo é possível, tudo é divertido. O jovem tem leveza e ousadia. Ele vive o momento e tudo faz com o pensamento de que vai dar certo. O jovem é curioso e destemido; é aquele que pensa na solução antes do problema. O jovem é inquieto, não se detém, quer mais, quer tudo (e ao mesmo tempo) – nada é o bastante. Vive cercado de amigos, adora viver em grupo, rindo, cantando, dançando, sonhando. Enfim, no meu sentir, juventude é como uma manhã de primavera: linda, promissora e festiva. Desse modo, você pode ser jovem aos 15, 20, 40, 50 ou 90 anos. Basta permanecer aberto para o novo, nunca se acomodar, conservar a alegria, o prazer de viver e a certeza de que você pode (e merece) sempre mais.
E a verdade? Será mesmo que ela é aquele espelho que caiu do céu e se partiu em milhares de pedaços, como diz a lenda? Será mesmo que cada um de nós que encontra um pedaço desse espelho, olha nele, se vê e crê que encontrou a sua verdade e, por isso, passa a ser o dono dela? Também penso que não. A verdade é uma só, nós é que vamos descobrindo-a aos poucos, conforme vamos subindo a montanha da sabedoria e alargando nosso horizonte, enxergando mais (e melhor) a mesma realidade. Nesse passo, tudo o que não for verdade... É mentira. E não existe mentira social, necessária, caridosa. Em toda e qualquer situação, você tem somente duas escolhas: a verdade ou a mentira. Dizem que a mentira tem perna curta... dizem, também, que a verdade dói. Concordo com ambas as colocações. Mas ao escolher a verdade, evito cometer o que chamo de sincerocídio, ou seja, de ferir a outra pessoa. É sempre possível dizer a verdade com respeito e carinho.
Já a renovação é uma necessidade constante e vital. O mundo, a vida e as pessoas estão sempre em constante movimento ascendente. Portanto, renovar-se é uma questão de sobrevivência. Conceitos, ideias, hábitos que tínhamos há 5 ou 10 anos já não cabem no momento presente, são inadequados à cultura e aos costumes de hoje. Precisamos nos livrar do peso morto e ganhar altura, acompanhar o movimento do Universo, entregar-se à renovação de modo consciente e confiante. Ler, estudar, conversar, compartilhar ideias, ouvir o outro sem preconceito e prestar atenção na defesa que ele faz do seu ponto de vista pode ser enriquecedor. Renovação significa abrir mão do velho, do que é inútil, para abrir espaço para o novo. Muitas vezes, esse é um processo doloroso, mas sempre é compensador.
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